Todos gostamos de olhar para um pião a rodopiar. É o
super-herói de qualquer recreio. Ficamos agarrados pela vertigem da velocidade,
abismamos com quantas voltas consegue dar e apostamos para que lado vai cair,
exausto. Dramático até ao fim, como um verdadeiro artista. Na sombra, fica a
trena que agasalhou o pião com tanto cuidado. Com o seu abraço. Para logo ser
dele arrebatada com um puxão de chicote. E assim que se solta do pião, deixa de
existir, pendente numa mão que ninguém vê ou caída no chão. O pião é tudo. E a
trena, nada. Mas sem ela, o pião não
passa de um pedaço de madeira. Sem vida. Sem público. A trena é a Mulher do
pião. Ou então é a Mãe.
fotografia Ana Marchand
texto de Ana Monjardino
Coisa gira.
ResponderEliminarLá girar girou. E ainda gira!
ResponderEliminarQue texto giro sobre o pião que gira.
ResponderEliminarA trena, uma espécie de sonho que comanda a vida. Vida que, tal como o pião, está sempre sujeita aos acasos, felizes ou infelizes, de um sopro de vento, de um pontapé inadvertido, ou de um trilho acidentado. É assim que gosto de a imaginar. Bela dupla de imagem e texto. Obrigado Ana & Ana.
ResponderEliminarQue vertigem!
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