11 de setembro de 2020

Todos os anos, a 11 de Setembro

eu publico este texto: 


A 10 de Março de 2002 descemos uma 5th Avenue deserta e fria. Íamos subir ao Empire State Building, que voltara a ser o maior edifício de NYC. A 366 metros por minuto o céu fica mais perto. Não estava muita gente. Estava até muito pouca gente. Ali e na cidade inteira. De repente, duas enormes colunas de luz azul substituíram o World Trade Center.
Ninguém falou, fotografou ou fez qualquer gesto.Olhamos simplesmente em silêncio. Depois descemos, voltamos pela Broadway até à 51.
Nunca falamos muito sobre essa noite. Voltamos muitas vezes a NYC. Nunca fomos ao Ground Zero. Por respeito

Little Korea, Little Ukraine, Little Italy, Chinatown, Lower East Side (judeus), Little India, Yorville (alemães), Upper East Side (russos), El Barrio (latinos) Hell’s Kitchen (irlandeses) e o maravilhoso Harlem.

Foi de “Littles” que se fez a “Big”. Não vi um único “Novayorquino” de cabeça baixa nesse frio mês de Março de 2002. O que mudou foi o skiline, aquilo que os olhos alcançam. O “coração” da Big, esse músculo involuntário continuou em “littles” batidas tum tum, tum tum, tum tum. NYC será sempre a cidade mais viva do mundo.

Saudades de ti Madalena, por cá continuo ainda.Feliz, como tu querias. 

*Adenda de 2020: Olha, há um virús muito contagioso a matar gente no mundo inteiro. Não pude este ano cumprir a promessa de voltar a NYC de dois em dois anos e subir ao Empire. O melhor é fazer de conta que este ano "não conta" pode ser?



5 comentários:

  1. Gostei muito.
    Ao contrário de ti já fui ao Ground Zero duas vezes e das duas vezes chorei convulsivamente. Há na atmosfera uma carga com o peso de um mundo. Um dia falamos sobre isto, porque Escrever é Triste.

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