Veneza 2008
Ficou para trás, quente, a vida,
a marca colorida dos meus olhos, o tempo
em que ardiam no fundo de cada vento
mãos vivas cercando-me…
Ficou a caricia que não encontro
senão entre dois sonos, a infinita
minha sabedoria em pedaços. E tu, palavra
que transfiguravas o sangue em lágrimas.
Nem sequer um rosto trago
comigo, já trespassado em outro rosto
como esperança no vinho e consumado
em acesos silencios…
Volto sozinha
entre dois sonos lá’trás, vejo a oliveira
rósea nas talhas cheias de água e lua
do longo inverno. Torno a ti que gelas
na minha leve túnica de fogo.
Cristina Campo
(Tradução de José Tolentino Mendonça)
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Água e lua são os olhos de Veneza.
ResponderEliminarQue se afunda agora vazia, mas com peso de morte.
Eliminar"Que c'est triste Venise
Au temps des amours mortes" como cantaria Charles Aznavour
Ana, assim, com comentários a dar para a rua, as traseiras desta nossa casa ficam muito mais bonitas. E só há gente boa :-)
ResponderEliminar💛
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